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“Água Viva” é uma série fotográfica de 12 fotografias sobre saúde e sofrimento mental, na qual o artista, que também é psicólogo clínico graduado pela UFMG, reflete sobre  as fronteiras entre mente e corpo. Para isso, seus procedimentos são marcados por reações e colisões entre diferentes materiais e químicos, intervindo e deixando marcas em seus negativos e cópias, visando potencializar as estratégias poéticas do artista,  buscando trazer visibilidade ao que não é visível, em reflexão a como o corpo reage ao que aparentemente não possui fisicalidade.

 

Em suas manipulações químicas, o artista utiliza uma série de materiais a fim de representar os fenômenos psíquicos que deixam marcas no corpo. Em “Água Viva”, destaca-se a utilização de materiais de natureza líquida e sólida, em especial a água e o gelo. O ato de congelamento das fotografias é notado em diversas obras que compõem a série, bem como, também, as intervenções com água, tintas e diversos químicos líquidos. Dessa forma, o artista manipula seus negativos, que remetem, por vezes, ao aprisionamento e ao congelamento, e, por outras, à fluidez e ao derretimento, em analogia ao fluxo constante da mente, caracterizada por reações químicas e emocionais, nas quais tudo flui, mas deixa suas marcas e cicatrizes, características indissociáveis da condição humana. 

 

Buscando assimilar conhecimentos advindos de sua formação clínica, o artista é motivado pela importância da criação de espaços de diálogo que façam frente ao estado de fragilidade da saúde mental na atualidade, sugerindo que sofrimento mental não é uma questão individual, mas sim um processo social e político a ser debatido por toda a comunidade.

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